O site do Art Center fez uma entrevista com Mike Shinoda, na qual ele fala sobre música e arte. Acompanhe.
Quando você percebeu que poderia embarcar numa carreira criativa?
Eu estive envolvido com música e arte a minha vida inteira. Eu desenhava desde os três anos, e estudei piano por 10 anos, antes de eu ir para o teclado e a produção baseada em sample. Eu acho que meus pais me colocaram na maioria dessas coisas para me deixar longe deles!
Houve um grande momento?
Para qualquer músico, quando você assina seu primeiro contrato é um grande momento. Para nossa banda, provavelmente seria nosso contrato de gravação. Antes disto acontecer, qualquer pessoa pergunta "O que você faz?" e quando vêem que você é músico, eles ficam perguntando se você assinou ou tem algum álbum lançado. (Se você responde que não, você sente que não pode justificar o tempo que gasta com isso). Embora a música que eu fazia fosse boa antes do contrato, assinando aquele pedaço de papel me fez sentir que era "um musico" oficialmente.
Como sua formação em design interferiu com o seu trabalho como músico?
Eu estou envolvido com a supervisão da arte do Linkin Park. Para o meu álbum do Fort Minor, eu criei um grande pacote; fiz uma serie de 10 pinturas para o encarte e identidade, e trabalhei com o meu amigo Frank Maddocks, que também se formou no Art Center, para juntos colocarmos as idéias e layouts.
Como você foi do design para a música? Fazer as duas coisas tem um processo similar ou são totalmente diferentes?
Ilustração, design e música são muito parecidos. Uma coisa que eu aprendi no Art Center foi como ter e repassar espírito crítico sobre determinado aspecto. É algo difícil de fazer. (Mas a logo prazo, ser capaz de ser criativo em um grupo pode ser muito produtivo)
De onde vem sua criatividade e como você alimenta isso?
Estou sempre trabalhando. Não posso ficar longos períodos sem fazer alguma coisa que envolva música ou design. Ao mesmo tempo, eu tenho que me encolher por um tempo para somente relaxar, tirar alguns dias para desligar o telefone e me recarregar.
Equilibrar a expressão pessoal e o sucesso comercial é um problema para você
Claro. Eu quero fazer coisas que completem a minha necessidade criativa. Por outro lado, nós temos uma base de fãs que esperam que nós criemos coisas que os cresçam ou os entretenham. Balancear as duas coisas pode ser algo delicado, porque você não quer negligenciar um lado. Mas como qualquer projeto em que há muitas partes envolvidas, você tenta encontrar soluções que façam todos felizes. A melhor solução, para mim, é que seja criativamente desafiadora e, ao mesmo momento, acessível para os fãs.
Quem te inspira atualmente?
Eu gosto de Mark Ryden, Corey Sandelius e vários artistas diferentes. Na música é dificil dizer. Em qualquer lugar eu compro de cinco a vinte e cinco cds por mês, além de ganhar varios CDs das gravadoras. Então meu gosto musical é variado e sempre muda. Mas eu amo U2, The Police, Boogie Down Productions, Led Zeppelin, Nine Inch Nails e a maioria dos discos que o Dr. Dre.
Você cria músicas com o intuito de atingir várias culturas?
Sim.
Quais são os desafios associado a isso?
Eu viajo muito, e as pessoas não são tão diferentes. São iguais, necessidades universais, e emoções que todos sentem. Quando estou compondo, é por aí que começo.
Quais são as recompensas?
Através do nosso fã-clube, marcamos eventos para cada show que fazemos, onde encontramos e assinamos coisas para fãs. Uma vez, em um "meet & greet", uma garota nos disse que teve um tumor cerebral, em que precisavam mantê-la acordada durante a cirurgia. Ela decidiu escutar a nossa música durante a operação inteira, pois pensou que fosse a única coisa que pudesse ajudá-la. Coisas assim te mostram que você está tocando as pessoas profundamente.
Em Kuala Lumpur (Malásia), fizemos um show e nos disseram que foi o maior show desde que Michael Jackson passou por lá. Havia membros da família real na platéia! Na rua, um homem me pediu para assinar seu bebê.
Qual impacto você deseja que seu trabalho tenha no mundo?
Só sigo o fluxo. Sempre que há uma idéia, seja musical ou artística, se estou empolgado, eu crio. Nossa banda começou porque esperávamos por alguém para fazer uma música hibrida. Ninguém mais fez isso, então decidimos começar.
O mesmo ocorreu com o Fort Minor. Eu queria ouvir um álbum orgânico de hip-hop que estivesse ligado à instrumentos ao vivo e composição, mas tinha o toque que outros discos de hip-hop também têm. Ninguém fez um, então fiz eu mesmo.
Estou constantemente procurando por coisas que quero ver ou escutar, e que ninguém mais esteja criando.
Que conselho você dá para jovens artistas e designers enquanto se preparam para o mundo real?
Trabalhe duro, mas encontre tempo para relaxar e se divertir.
Fonte: www.linkinparkbr.com
Por:Renatta Bennoda!
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